domingo, 13 de fevereiro de 2022

Contatos com as drogas

Meu primeiro contato com as drogas ocorreu quando eu tinha dez anos de idade.

No subúrbio de São Paulo, em uma madrugada de algum dia útil. Na altura, eu e a minha irmã dormíamos em um colchão improvisado no chão e lembro de ambas acordarmos assustadas com a campainha tocando. Ficamos quietas aguardando os nossos pais agirem. Em pouco tempo, a minha mãe voltou e levou a gente para dormir com eles. 


Naquele dia, uma mãe preta e solo, grande amiga da família, e a sua filha, trabalhadora assídua, iriam dormir com a gente. Há algumas ruas, o filho e irmão delas chegou em casa transtornado - havia usado drogas. Quebrou tudo, ameaçou-as… Com medo, elas fugiram correndo até a nossa casa.

Este foi o meu primeiro contato com as drogas.


Meu segundo contato com as drogas aconteceu uns 10 anos mais tarde.

Em uma zona nobre da cidade onde morava, em uma festa de bebida liberada. Eu e uma amiga estávamos conversando com dois caras que conhecemos por lá. Já estávamos bastante bêbadas. Em algum momento, eles foram buscar bebida. Ambos eram, aparentemente, estudantes sustentados pelos pais. Brancos, loiros, de olhos claros. Enquanto nos entregavam as bebidas, falavam entre si que um menino da festa “queria comprar doce”. Puxei a minha amiga pelo braço. Para eles, disse que iríamos ao banheiro. Para ela, disse que estavam vendendo drogas. Fomos embora.


São apenas contos, mas poderiam representar a realidade.


2 comentários:

  1. Uma ficção com contornos de realidade
    Gostei

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    1. Exatamente! Você pega bem no feeling da coisa! Adorei o comentário, muito obrigada!!

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